Tragédia e Impunidade no Trânsito: Motoristas precisam ser punidos

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O Brasil enfrenta um desafio crítico: fortalecer a fiscalização e a aplicação das leis de trânsito.

Na última sexta-feira (05/04/2024), uma cena de horror se desenrolou no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), quando cinco bicicletas foram brutalmente destruídas por um carro vermelho cujo motorista, após o ato, colidiu contra um muro. Os ciclistas, empregados de um restaurante local, foram atropelados logo após deixarem o trabalho. Testemunhas ficaram incrédulas com a sobrevivência das vítimas, que, por sorte, foram atendidas conscientes e encaminhadas ao Hospital de Base.

Esse evento não foi um caso isolado. Naquela mesma manhã, outro ciclista teve sua vida ceifada na BR-040, vítima da imprudência de um motorista de caminhonete. Esses episódios não são meros acidentes, mas sim crimes de trânsito que refletem uma realidade sombria: a vulnerabilidade dos ciclistas e a leniência das leis.

Allan das Chagas Araújo, o condutor responsável pelo atropelamento no SIA, estava embriagado e em alta velocidade. Com uma CNH cassada desde 2015 por um crime similar, Allan é a personificação da reincidência e da falha do sistema em proteger os cidadãos. As recomendações de segurança para ciclistas, como o uso de roupas claras e capacetes, são inúteis contra tamanha negligência.

O Brasil enfrenta um desafio crítico: fortalecer a fiscalização e a aplicação das leis de trânsito. A brandura das penalidades, muitas vezes reduzidas a cestas básicas e serviços comunitários, desvaloriza a vida humana e perpetua o ciclo de impunidade.

Em 2023, 21 ciclistas perderam suas vidas no Distrito Federal, um aumento em relação ao ano anterior. Além disso, infrações como o uso de celular ao volante continuam alarmantes, com mais de cinco mil autuações apenas em março.

A recente Lei 14.599/23, que altera o Código de Trânsito Brasileiro pela 44ª vez, substitui o termo “acidentes” por “sinistros”, reconhecendo a prevenibilidade e a gravidade desses eventos. No entanto, essa mudança terminológica é apenas o começo. É imperativo que as leis sejam rigorosamente aplicadas aos responsáveis por tirar vidas no trânsito, pois o lugar de criminosos não é nas ruas, mas atrás das grades.

A sociedade brasileira clama por justiça e segurança nas vias. É hora de reavaliar as políticas de trânsito e garantir que a lei seja um instrumento eficaz de proteção e não apenas um mero formalismo legal. Somente assim poderemos esperar um futuro onde as ruas sejam seguras para todos, e a impunidade não seja a norma.