O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (4) que a pressão sobre os preços dos alimentos deve diminuir nos próximos meses, impulsionada pela desvalorização do dólar e pela expectativa de uma safra recorde em 2025. A declaração foi feita após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que apontou um “cenário adverso” para a inflação dos alimentos no médio prazo.
“O dólar estava a R$ 6,10, está a R$ 5,80. Isso já ajuda muito”, destacou Haddad, ao comentar os impactos da taxa de câmbio sobre os preços internos. O ministro também expressou otimismo em relação à safra agrícola deste ano, afirmando estar “muito confiante” de que a produção será “muito forte”, o que contribuirá para a estabilização dos preços dos alimentos.
A ata do Copom destacou que os preços dos alimentos subiram significativamente nos últimos meses, influenciados por fatores como a estiagem observada em 2023 e o aumento dos preços das carnes, afetados pelo ciclo do boi. O cenário tem preocupado tanto o governo quanto o Banco Central, que busca conter a inflação dentro da meta estabelecida.
Esforço fiscal e política monetária
Haddad ressaltou que variáveis econômicas, como o câmbio e a inflação, estão se ajustando a um novo patamar, o que deve favorecer a estabilidade dos preços. Ele também destacou os esforços do governo e do Congresso para conter gastos, com um ajuste fiscal de R$ 30 bilhões no Orçamento. Essa medida visa reduzir pressões sobre a política monetária e garantir maior controle sobre a inflação.
O Copom estima que a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima da meta do Banco Central até junho, o que configuraria um “descumprimento da meta” no novo modelo de metas contínuas. Esse modelo, adotado recentemente, permite uma maior flexibilidade na busca pela estabilidade dos preços, sem a necessidade de atingir um valor exato a cada ano.
Novo modelo de metas de inflação
O regime atual estabelece uma meta de inflação de 3% ao ano, com uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Caso o índice fique acima do limite superior por mais de seis meses consecutivos, considera-se que houve descumprimento da meta. Haddad defendeu o novo modelo, afirmando que ele “permite uma melhor acomodação” da política monetária, dando mais margem para o Banco Central atuar de forma eficiente.
Perspectivas para os preços dos alimentos
A combinação entre a desvalorização do dólar e a expectativa de uma safra robusta traz esperança de alívio para os consumidores, que enfrentaram altas significativas nos preços dos alimentos nos últimos meses. A queda do dólar reduz os custos de importação de insumos e produtos, enquanto uma safra recorde tende a aumentar a oferta de grãos e outros alimentos no mercado interno.
Apesar do otimismo do ministro, especialistas alertam que outros fatores, como o clima e a dinâmica do mercado internacional, podem influenciar os preços nos próximos meses. Além disso, a inflação de serviços e a pressão sobre os custos de produção ainda são desafios que exigem atenção do governo e do Banco Central.
Enquanto isso, o governo segue monitorando os indicadores econômicos e buscando medidas para garantir a estabilidade dos preços e o crescimento sustentável da economia. A expectativa é que, com a queda do dólar e uma safra promissora, os brasileiros possam sentir um alívio no bolso nos próximos meses.
Com informações da Agência Brasil.